domingo, 24 de outubro de 2010

Eixo VIII - Estágio

Realizei meu Estágio Docente no Laboratório de Informática da Escola em que trabalho, no 1º semestre desse ano. Durante esse período pude confirmar, através da prática, algumas idéias estudadas, dando rumo e corpo ao que seria o meu TCC.

Contudo, um assunto que apenas rocei no meu trabalho, mas que também me chama a atenção são a inserção, alfabetização e letramento do adulto em Informática, como condição para o uso das novas tecnologias e das Arquiteturas Pedagógicas na Escola.

Dentro de uma abordagem construtivista, o computador fornece um ambiente onde os alunos podem construir seu conhecimento sem choques, na medida em que colocam em xeque suas experiências e hipóteses passam a trabalhar ativamente na construção do seu próprio conhecimento, por meio da resolução de problemas, do raciocínio, e do desenvolvimento do pensamento crítico. Um sistema tradicional de ensino irá utilizar o mesmo espaço e softwares para transmitir o conhecimento ao aluno. Já as abordagens mais inovadoras, com o uso de Arquiteturas Pedagógicas, utilizarão o computador e a Internet como instrumentos de pesquisa, ambientes interativos e "divertidos", fazendo do Laboratório de Informática um espaço aliado no processo de construção do conhecimento.

Exemplos de uso são: construção de multimídia, criação de banco de dados, blogs, páginas pessoais, criação de histórias em quadrinhos, etc. Assim o uso do computador na escola, deverá estar ligado à questão de saber qual a forma de ensino que queremos e fazemos. As crianças de hoje estão nascendo em um mundo informatizado, onde a velocidade dos avanços tecnológicos e das informações é infinita. Tudo isto ao alcance de um botão. Com um clique a criança é capaz de acessar este recurso quase sem limites. Desta forma para os alunos, quadro, giz, caderno e livros, são instrumentos do passado, ferramentas tradicionais e ultrapassadas, portanto, inadequadas aos novos tempos; por outro lado, os computadores, o vídeo e outras tecnologias chegam mais perto da realidade dos alunos. Mas, o cerne da questão não está em qual tecnologia à escola deve dispor e sim, fundamentalmente, como todas as tecnologias serão utilizadas, ou seja, como será sua aplicação e, é aí, que entra a inserção do adulto no uso da tecnologia.

As teorias atuais colocam a tecnologia nas mãos dos aprendizes para ajudar no desenvolvimento de suas habilidades cognitivas de ordem superior e falam do poder da tecnologia para acessar, armazenar, manipular e analisar informações, permitindo, assim, que os aprendizes gastem mais tempo refletindo e compreendendo. (HEIDE; STILBORNE, 2000, p. 23)

Pensar o uso das tecnologias pelos adultos, na escola, não é tarefa fácil, pois estes, diferentes das crianças, tiveram que se adaptar a esta nova exigência do mercado e da sociedade, para poderem ser incluídos, fazendo, portanto, um mínimo uso da infinidade do que existe, apenas para não ficar excluído do mercado de trabalho e na vida social, usar mais do que isso está fora de cogitação para muitos.

O terceiro milênio está sendo marcado pela rapidez com que ocorrem os avanços tecnológicos. Hoje vemos uma nova versão da realidade, onde há inúmeras possibilidades de tecnologias para todos os tipos de usuários, assim, estes deixam de ser encarados como simples consumidores passivos de produtos e serviços, para serem vistos como produtores de mídias e informação, ou seja, o ciberespaço está favorecendo a criação e a autoria, o que aumenta a autoestima e realimenta o processo criativo e de livre expressão.

Todo o aparato tecnológico é de fácil entendimento para a criança de hoje, uma vez que nasceram num ambiente rico em tecnologias. Com isto a maioria das crianças e jovens utilizam de forma natural, sites, Blogs, games, softwares de comunicação, telefones celulares com tecnologia de foto e vídeo, bem como de computadores. Espaço que os adultos estão tendo que entrar, mas apresentando resistências e muitas vezes limitações.

Conforme pesquisas, estudos e observações mostram, geralmente, os adultos iniciam seu contato com as novas tecnologias, especificamente com a informática, como usuários da internet, constituindo-se num padrão semelhante de comportamentos. O primeiro contato gera um sentimento de encantamento pelas descobertas. Após, sente-se seduzido pelas diversas ferramentas que pode utilizar dentro da Internet, como chats e e-mails. Na etapa seguinte, já está pronto para aventurar-se na produção de seus próprios sites, blogs e wikis, entendendo essas construções como uma diversão, mas que exige um embasamento técnico, aprofundamento em pesquisas e outros suportes.

O uso desses instrumentos associado à navegação pela Internet, faz com que as pessoas assumam a responsabilidade pelo próprio construir-se, buscando acessos e recursos que facilitam sua aprendizagem, transformando-as em atores sociais, críticos e envolvidos nas diferentes formas de interação que a rede proporciona.

Com a disponibilidade e o uso desse recurso, podemos constatar uma nova postura dos alunos diante desses professores que mudaram sua posição frente à própria aprendizagem, pois se unem ao utilizar fóruns, bibliotecas virtuais, ao interagir com outras pessoas, trocar idéias em chats e brincar online, ultrapassando a barreira da idade, gênero, condição social, posição hierárquica e distância.

Os professores que se tornam usuários, aos poucos vão mudando seu perfil de trabalhar no isolamento e começam a participar da construção de projetos colaborativos em diferentes espaços e níveis, pois a visibilidade de suas produções é fator estimulante, fator que faz com que acabem levando essa cultura para sala de aula. Com isso, abre-se um “portal” de inúmeras possibilidades de construção no mundo virtual, o que fascina os adultos de uma forma geral e beneficia as práticas escolares.

Um comentário:

  1. Olá Mara Rosane!


    Ao ler seus registros, no último parágrafo dá uma pequena esperança que em breve os educadores se conscientizem, de que não poderão ficar inerte diante das novas tecnologias. Nos dias de hoje as oportunidades estão ao alcance de todos, é questão de vontade e determinação.

    O que achas?

    Obrigado por suas postagens!

    Um grande abraço,
    Geny

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