domingo, 19 de setembro de 2010

Pisicologia da Vida Adulta - Eixo V

Transformações na Convivência

Muito do meu trabalho de TCC irá se amparar nas idéias de Maturana. Na Postagem dessa semana, retomo dois textos trabalhados no 5º semestre na Interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta. Transformações na Convivência Segundo Maturana, da Professora Luciane M. Corte Real e TRANSFORMAÇÕES NA CONVIVÊNCIA DE ADOLESCENTES JUNTO AO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA EM UMA ESCOLA PÚBLICA, das professoras Patricia Ramos e Luciane Magalhães Corte Real.

Para Maturana, é através do contato com o outro que desenvolvemos a capacidade de nos construir, enquanto construímos o mundo ao nosso redor. Maturana (1998) considera que a qualidade das aprendizagens está relacionada diretamente com a qualidade da linguagem, que só pode ser construída na interação com o meio sociocultural em que estamos inseridos, ao mesmo tempo, essa interação com o meio, dá forma ao nosso próprio desenvolvimento. Ou seja, a dimensão social da linguagem permite as relações possíveis para a construção das aprendizagens.

Para o autor, vamos construindo o mundo em que vivemos, enquanto vivemos e as relações interpessoais dão o colorido para essa construção. Vamos conhecendo e explicando aquilo que vamos construindo. É o que ele chama de autopoiese, a capacidade do ser humano de se autoproduzir e nessa autoprodução ele é capaz de criar o mundo ao seu redor, de se adaptar a esse mundo e fazer com que esse mundo se adapte a ele. É tanto uma capacidade biológica, como emocional. "[...] a realidade que vivemos depende do caminho explicativo que adotamos, e este depende do domínio emocional no qual nos encontramos no momento da explicação" (MATURANA, 1999, p. 265).

Por essa razão, a importância da qualidade das relações humanas na construção dos conhecimentos, são elas que darão significado a esse ou aquele conteúdo, que nos encanta ou nos causa repulsa, influenciando em nossas aprendizagens ao longo da vida. Nas palavras da professora Luciane, citando Maturana,


Nosso explicar tem a ver com a maneira de encontrarmo-nos com o outro. Se o fizermos numa posição na qual pretendamos ter acesso privilegiado à realidade (e a concebemos como única), o outro deverá fazer o que dissermos ou estará contra nós. Se nos encontrarmos com o outro com consciência de que não temos o acesso à realidade independente do observador, o encontro será de aceitação, amoroso.

Ou seja, entraremos em contato com o que Maturana chama de "o emocionar do outro", através da conversa, que envolve duas ações, a linguagem e a emoção, e poderemos entrar em consenso sobre o que queremos realizar juntos.

É o que observei ao longo do meu estágio com o projeto de trabalho Caderno Virtual, desenvolvido com a turma 43. A qualidade do emocionar da turma foi mudando no decorrer do trabalho, pois foi construída uma rede de conversação, onde as diferentes verdades se uniram, numa linguagem respeitosa de troca, a fim de atingirmos juntos um objeto comum, combinando ações individuais para que juntas formassem um todo. A formação de blogs individuais para a construção das aprendizagens, que embora sejam únicas para cada um, pertence a um conjunto, o conjunto das aprendizagens da turma 43.

Um comentário:

  1. Olá Mara Rosane!

    Que bom que você pode contar com as citações da Professora Luciane
    Muito interessante o que Maturana chama de “O emocional do outro”.
    Digo que continuo aprendendo, quero saber mais sobre o seu TCC?

    Abraços,

    Geny

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