Reflexão sobre a Importância do Uso de Diferentes Mídias no Processo de
Aprendizagem
A cada dia novas mídias surgem e são incorporadas ao nosso dia a dia fazendo parte de nossas vidas, embora estejam presentes em nossos bolsos, lares e espaços que frequentamos, ainda são pouco usadas como ferramentas dentro do processo de ensino-aprendizagem. Todos esses instrumentos definem padrões de comportamento e de aprendizagem, fora da escola, há gerações.Se alguém que vivesse há cem anos, viajasse para o nosso tempo talvez a única coisa que reconhecesse seria a escola e as mídias antigas que ela usa. Mesmo a tecnologia tendo mudado radicalmente escritórios, fábricas, hospitais, bancos, casas, a maioria das nossas salas de aulas e de nossas práticas permanecem idênticas as do século passado, onde o quadro e o giz ainda são os recursos mais utilizados e o livro didático o único portador de conhecimento, pronto, acabado e indiscutível; muito embora, as informações sejam carregadas com facilidade, nos pendrives carregados ao pescoço, para serem modificadas a muitas mãos, a fim de construirmos novos conhecimentos.
Com a popularização dos Computadores e os LABIN nas Escolas presenciamos um novo olhar por parte de alguns professores, que passaram a ver seus alunos sendo autores, pesquisadores, interagindo, colaborando e permitindo que a interação aconteça no virtual e no real, interações responsáveis pela transformação da informação em conhecimento, pela transformação dos tempos e espaços escolares e pela a transformação da própria convivência.
Desta forma, a distância não é mais fator de isolamento, é provocadora da busca pela diversidade e interação gerando conhecimentos múltiplos; é através dela que nos deparamos com a mudança de posicionamento diante da própria aprendizagem; a independência, o desenvolvimento das habilidades, a cooperação e a comunicação, todos vivendo um mesmo processo com inúmeras possibilidades de construção de redes de conhecimento.
A escola precisa rever suas práticas educacionais para libertar-se de tradições ultrapassadas e evoluir junto com a cultura de seu tempo. Só assim, poderá oferecer uma educação de qualidade, apropriada ao seu tempo; tempo de crianças que crescem com múltiplas fontes de informação e possibilidades de interação, que constroem outras expectativas frente ao mundo, diferente das expectativas pretendidas pela escola. A escola deve atualizar-se para existir, conviver e alimentar uma sociedade altamente tecnológica, na qual vivemos. As mudanças são urgentes para que a escola não fique isolada e alheia às inovações, mudanças que o tempo e os alunos renovam.
Temos um grande número de analfabetos e graças à escola caminhamos com grandes passos para o analfabetismo digital e cultural, pois não parece ser a função da escola trabalhar com velhas e novas mídias como a TV e o Vídeo (filmes, clipes...), o Celular, o MP alguma coisa, o Netbook ou Notbook, o Computador, o Gameboy, o rádio, o jornal, a revista, o gibi, etc. Aprender a ler o mundo, nos dias de hoje, subentende a alfabetização digital, imagética e midiática, a inclusão dos alunos em um mundo onde a aprendizagem e a produção de conhecimentos é feita com qualquer tipo de mídia para ser socializado em qualquer tipo de mídia, a uma velocidade de piscar de olhos.
Mas, parece que a escola aposta no adágio de que nenhuma criança precisa de aula para aprender a mexer no computador - "essas coisas já nasce sabendo" - o adulto sim, precisa, mas como a escola não têm recursos, não investe na qualificação digital de seus professores, deixando a tecnologia fora de suas portas.
A criança se letra tendo acesso ao mundo letrado, sendo exposta ao que o mundo pode oferecer de informações visuais, sonoras, signos, etc, se alfabetiza em Informática, inicialmente, mexendo nas teclas, depois surge a necessidade de ler para poder se comunicar com os demais, como por exemplo, no ORKUT ou no MSN. Sem o uso da Informática (usada aqui como exemplo) dentro da escola, estamos alfabetizando para trás.
No computador é possível, inclusive, mexer e interagir em um cenário virtual, o que facilita a imaginação, incentiva a criatividade, a estratégia e o raciocínio lógico-matemático, além de abstrações de todas as ordens; e essa prática é tão real que o que se torna abstrato e distante para as crianças é a própria sala de aula com sua "estranha" rotina escolar. "Quem gosta de aula é o professor que quer mudar tudo, mas não quer mudar a sua aula." (Pedro Demo)
Sabemos que a alfabetização também se dá fora da sala de aula, através da cultura popular; dos jogos, eletrônicos ou não; dentro do próprio espaço doméstico da criança tendo contato com diferentes tipos de mídias. Mas, e aquelas cuja pobreza não lhes permite acesso à tecnologia e ao universo midiático no ambiente doméstico? É para elas que a escola está virando suas costas quando não se renova adotando os recursos midiáticos e as novas tecnologias da informação, excluindo esses alunos.
O maior desafio para o professor deste século, portanto, é se construir professor dentro da cultura de seu tempo, é ser parceiro do seu aluno na descoberta de novas informações e de novos recursos para produzí-las, que possam, através de sua experiência e senso crítico, virem a tornar-se conhecimentos construídos por seus alunos, com seus alunos, sob sua orientação e avaliação, essa é a forma de manter o aluno na escola, de maneira muito próxima, dispensando-lhe cuidados sistemáticos e diários para sua construção como indivíduo e futuro adulto apto a transformar o mundo e a realidade em que vive.
Excelente reflexão Mara! Como sempre... Fizeste uma ótima postagem, argumentando com pontos significativos sobre o assunto!
ResponderExcluir...A profissão fundamental do presente e do futuro é educar para saber compreender, sentir, comunicar-se e agir melhor, integrando a comunicação pessoal, a comunitária e a tecnológica.
(José Manuel Moran)