@s rel@coes construíd@s no processo de @prendiz@gem medi@do por comput@dor
RESUMO (publicado na postagem anterior)
O que são Arquiteturas Pedagógicas?
Segundo os autores, Carvalho, Nevado e Menezes as Arquiteturas Pedagógicas são uma combinação de estratégias, dinâmicas de grupo, softwares educacionais e ferramentas de apoio à cooperação, voltadas para o favorecimento da aprendizagem.
Como usar as Arquiteturas Pedagógicas?
Em ações educacionais que podem ser desenvolvidas em atividades simples, na sala de aula ou no Laboratório de Informática, com a utilização de projetos de aprendizagem, de estudo, ou em projetos de trabalho.
Projetos de Aprendizagem
Promovem o aprendizado através de um enfoque construtivista, norteados por perguntas dos alunos, embasadas em questões e conflitos reais e relevantes de suas realidades e provenientes do conhecimento prévio, isto é, das hipóteses levantadas.
Projetos de Estudo
É individualizado e cada um irá organizar seus conhecimentos prévios para orientar sua pesquisa; priorizará a ordem em que esta acontecerá; estipulará os prazos para cada etapa e sua conclusão; assim como os objetivos que deseja alcançar.
Projetos de Trabalho
Como nos PAs e PEs, os PTs promovem a aprendizagem de maneira autônoma e compartilhada. O aluno aprende e desenvolve habilidades e competências necessárias para a realização de sua atividade no desenvolvimento do próprio trabalho.
Por que usar as Arquiteturas Pedagógicas?
Porque levam em conta o que acontece fora da escola; estão em sintonia com as transformações sociais e a construção de novos saberes gerados por essas transformações.
Como as Arquiteturas Pedagógicas influenciam no processo de ensino e aprendizagem?
As Arquiteturas Pedagógicas dão aos alunos a oportunidade de refletir de maneira independente sobre suas ações, isoladas e em conjunto, organizando as informações, com base em suas experiências anteriores, somadas, para resolver os desafios propostos.
Muitas são as práticas que realizadas sozinhas não são significativas, enquanto metodologias isoladas, mas que podem ser unidas para criar uma escola baseada na soma dos princípios gerais de todas elas.
Estudo de Caso
Projeto de Trabalho: @Caderno Virtual@
Construção de blogs individuais para abrigar as aprendizagens dos 28 alunos da 4ª Série
Análise das Ações:
@ Criação de e-mails
@ Construção de Blogs
@ Duas Postagens
@ Enquete
OBJETIVOS
Relacionar a ligação entre a aprendizagem e o aumento da autoestima; o comprometimento com o aprender e com a mudança na qualidade dos relacionamentos entre alunos e entre alunos e professores.
Analisar os diferentes comportamentos dos alunos diante dos desafios propostos pelo uso do computador;
Identificar em quais situações de ensino/aprendizagem a construção do conhecimento ganha maior significado para o aluno.
A orientação audiovisual foi abandonada. Alunos em processo de alfabetização, com muitas dificuldades de leitura, entendimento e interpretação. Falta de domínio da língua, do computador e da Internet.
Para contornar, optou-se pela formação de monitoria.
Oito alunos que demonstraram maior facilidade foram convidados para atuarem como monitores. Interferiram na aprendizagem, auxiliando uns aos outros a dominar a língua e o meio. Interagiram em um meio sociocultural específico que é a Internet e (re)construíram, socialmente, uma linguagem com significados e usos específicos.
Para Vygotsky (1991), a linguagem está diretamente relacionada à qualidade das aprendizagens. "A transmissão racional, intencional de experiências e de pensamentos a outrem exige um sistema mediador que, tem por protótipo, a linguagem humana nascida da necessidade do intercâmbio durante o trabalho." (VYGOTSKY, 2001. p. 11)
Os conceitos de Zona de Desenvolvimento Real e Proximal, explicam as transformações e o desenvolvimento dos alunos nesse período.
Adotar a monitoria, não foi o suficiente. Os alunos começaram a invalidar seus e-mails. Após avaliação e reflexão com a turma, sobre a situação, foi adotado um mini-tutorial.
Com a ajuda dos monitores e a adoção do mini-tutorial, os e-mails foram recuperados. Os primeiros blogs começaram a ser criados e, as primeiras postagens, publicadas.
Foi criado um espaço para uma zona de desenvolvimento proximal e para a coordenação consensual de ações, favorecendo uma visível mudança na rede de conversação dos alunos.
O uso social da tecnologia provocou mudanças na rede de conversação das crianças, envolvidas no Projeto de Trabalho Caderno Virtual, alterando sua conduta frente ao trabalho e ao próprio grupo.
É por essa razão que Maturana apresenta o “estar na linguagem” como um modo de viver (1998, p. 22).
Enquanto interagiam, transformavam o meio, para seu uso e se transformaram durante o seu uso, evidenciando o desenvolvimento de novas habilidades e competências intelectuais e sociais.
"A questão passou de como o poder é distribuído dentro da hierarquia educacional para se a hierarquia é um modo adequado de organização para a Educação." (PAPERT 1994, p. 59)
Quando as professoras abriram o canal para troca entre os alunos, romperam com a forma de controle hierárquico de poder escolar exercido sobre todos.
Deixaram de controlar o sentido do fluxo de informações e as aprendizagens dos alunos, tornando-as um fenômeno horizontal.
Nas postagens dos blogs, atuaram como leitoras e não como revisoras do texto, rompendo com a forma tradicional de ensino em que o círculo de produção é entrega/correção/nota/arquivamento.
Nesse trabalho, para que o aluno alcance níveis superiores de compreensão, na construção de seu conhecimento, é imprescindível a atuação das professoras, intervindo com questões problematizadoras da língua, apontando aspectos não previstos, sugerindo explicitações.
Pois na utilização de aplicativos como o blog, a descrição realizada pelo aluno é executada pelo computador apenas no formato do texto oferecido pelo aplicativo, assim, a reflexão e a depuração do conteúdo não são facilitadas pela execução do computador.
Na construção do blog, o aluno estabelece o ciclo de descrição ação/reflexão/depuração/ação, sobre o conteúdo trabalhado fora do âmbito da Internet, organizando a representação do conhecimento construído na sala de aula, refletindo e depurando, em termos de qualidade, sobre os diferentes assuntos apresentados e tem a oportunidade de buscar novas informações, analisar e criticar as já apresentadas, atuando na elaboração e organização dos seus próprios projetos de busca pelo conhecimento.
Esse rompimento só foi possível, porque as Arquiteturas Pedagógicas deram o suporte adequado às etapas importantes para o processo cognitivo: a instrução, a experimentação, a reflexão, a depuração e a construção de novos conhecimentos.
A aprendizagem se faz significativa, no momento em que a criança percebe a utilidade e aplicação daquilo que aprende.
Na Teoria Construcionista uma forma de conceber e utilizar o computador na educação é envolvendo os sujeitos da aprendizagem, e o computador é um elo na interação que propicia o desenvolvimento da autonomia e da colaboração.
O mapeamento realizado pela enquete, aplicada no dia 11/06/2010, reforça a ideia de que ninguém aprende a mesma coisa, do mesmo jeito e ao mesmo tempo e mostra como os alunos são capazes de se envolver, refletir e reconhecer como se dá o seu processo de aprendizagem.
A pergunta foi simples:
"Como você compreende e aprende melhor?
45% (13 alunos), responderam: "Entendo melhor seguindo o tutorial, sozinho, e pedindo ajuda para a professora ou um colega, se precisar."
O planejamento das ações realizadas respeitou as características individuais dos alunos e permitiu que fossem somadas, abrindo espaço para a avaliação, reflexão e possível mudança no planejamento, a fim de reorientar novas ações.
O currículo contemplou a formação da língua e sua utilidade social, habilidades necessárias e que só podem ser aprendidas em atividades contemporâneas desses usos.
Para concluir, a utilização das Arquiteturas Pedagógicas, como na experiência realizada, promove a construção de um tipo diferente de conhecimento, porque promove a inclusão digital, o letramento como prática social, e a liberdade de escolher assuntos do interesse e tempo dos alunos, tornando a aprendizagem uma experiência prazerosa e natural para o aluno.
Nessa metodologia inovadora de projetos [...] com utilização da Informática não existe uma regra única! Cada escola, cada equipe diretiva, cada professor, cada aluno tem seu tempo. [...] o movimento de mudança de um gera perturbações em toda a rede. Temos de achar nossos caminhos, mas se podemos realizar a mudança cooperativamente, por que não fazê-lo? (Cf. FAGUNDES et al, 2000, p. 80)
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