E, se assim não fosse, não teríamos a oportunidade de crescer e nos transformarmos em seres melhores... Existiria um sentimento de estagnação, de imutabilidade, talvez até não existisse nenhum sentimento e nem tivéssemos a consciência de estar vivos!
Assim é, que nem a cultura de um povo permanece a mesma ao longo de 100 anos, ela é viva e resulta do movimento dos sujeitos ao vivenciarem tanto as novidades como suas tradições.
Quem não se relaciona, não erra; quem não erra, não aprende; quem não aprende, não está vivo, não muda!
Quem diz que já aprendeu tudo, com certeza já está morto por opção, pois isolou-se num mundo ilusório onde não percebe mais o outro e nem permite que o outro o perceba!
As interrelações não abrem espaço para o imutismo e a estabilidade, não são apenas as crianças que dependem do amadurecimento do seu emocional, do agir sobre os objetos, socializar suas hipóteses e equilibrar suas descobertas, nós adultos também dependemos e o fazemos todos os dias.
São esses elementos que nos permitem conscientemente definirmos o como e o quanto estamos vivos!
Reflitamos ao mesmo tempo em que homenageamos nossas mães, embora eu não concorde com Marta ao imputar tanta fealdade ao Mundo, pois esses são valores da sociedade, portanto nossos valores, cabe a nós como indivíduos e mães ensinarmos nossos filhos diferente para que também o "mundo" possa ser diferente!
Beijos no coração e um maravilhoso dia das mães!
O Mundo não é Maternal...
(Texto de Martha Medeiros)
É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto.
Quando se é adolescente pensa que viveria melhor sem ela, mas é erro de cálculo.
Mãe é bom em qualquer idade.
Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos.
O mundo quer defender o seu, não o nosso.
O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro.
Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai nos deixar endividado por 20 anos. O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro,
que a gente tenha boa aparência,
e estoure o cartão de crédito.
Mãe também quer que a gente
tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes
e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente.
Não consegue enxergar através.
Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento.
O mundo quer que sejamos lindos,
Sarados e vitoriosos, para enfeitar ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta.
O mundo não tira nossa febre,
não penteia nosso cabelo,
não oferece um pedaço de bolo feito em casa.
O mundo quer nosso voto
mas não quer atender nossas necessidades.
O mundo, quando não concorda com a gente,
nos pune, nos rotula, nos exclui.
O mundo não tem doçura, não tem paciência,
não pára para nos ouvir.
O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada
dos nossos medos de infância,
das nossas notas no colégio,
de como foi duro arranjar o primeiro emprego.
Para o mundo, quem menos corre, voa.
Quem não se comunica se trumbica.
Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
O mundo não quer saber de indivíduos,
e sim de slogans e estatísticas...
Mãe é de outro mundo.
É emocionalmente incorreta:
Exclusivista,
Parcial,
Metida,
Brigona,
Insistente,
Dramática,
Chega a ser até corruptível
se oferecermos em troca alguma atenção.
Mãe sofre no lugar da gente,
se preocupa com detalhes
e tenta adivinhar todas as nossas vontades,
Enquanto que o mundo propriamente dito,
exige eficiência máxima,
seleciona os mais bem dotados
e cobra caro pelo seu tempo.
Mãe é de graça!!!
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