Esse espaço destina-se a receber comentários, críticas, evidências e argumentações referentes as minhas aprendizagens. Sejam bem vindos!
sábado, 7 de junho de 2008
SEMANA DE 02 A 08 DE JUNHO
A grande sacada está em desfocalizarmos o processo educativo da figura do professor como detentor e transmissor de um saber e o centralizarmos na aprendizagem, na criança como manipuladora e construtora do saber. Sendo assim, transcrevo dois trechos (duas contribuições) retirados do fórum sobre perguntas do Seminário Integrador:
... "A maneira como o professor ensina demonstra em si as concepções que carrega a respeito do papel que desempenha, do ato de aprender/ensinar, do porquê e como o aluno aprende ou não aprende e da finalidade da própria escola.
As concepções de conhecimento e de currículo, não são neutras, pois consciente ou inconscientemente estão articuladas com determinado projeto de sociedade. Daí porque a Pedagogia, a Didática, o Currículo e as Metodologias de aprendizagem tem a ver com a visão de projeto político-pedagógico que o professor adota.
É evidente a indissociabilidade entre as práticas escolares em tempos e espaços historicamente localizados, enquanto práticas sociais que refletem os projetos políticos em disputa na sociedade, os paradigmas sociais gerados e as abordagens que a Educação tem sofrido ao longo dos anos. Essas abordagens são percebidas quer pela interpretação do professor em sala de aula, pelas tendências pedagógicas ou pela própria história da Escola, ora desconsiderando o valor do papel da psicogênese da aprendizagem, alienando-o ou dando-lhe valor superficial, ora o ressignificando enquanto campo de estudo das construções sócio-culturais e espaço-temporais das crianças.
O modo como os professores selecionam os conteúdos ou escolhem técnicas de ensino e avaliação, tem a ver com pressupostos teórico-metodológicos, explicita ou implicitamente. Muitas vezes, sua prática está mais relacionada ao senso comum, do que ao conhecimento de uma tendência ou teoria de aprendizagem; dependendo do tipo de indivíduo que o professor pretenda formar, adotará e acreditará em uma concepção de conhecimento que pertença a uma ou a outra tendência.
Para trabalhar com a realidade é preciso conhecê-la. Para conhecê-la é preciso assegurar canais para que essa realidade se expresse, ou ainda, canais que a façam calar. A sala de aula é um dos espaços que privilegiam esses canais cujo principal objetivo é fortalecer a identidade pessoal e social do indivíduo na construção da cidadania. Ou, na pior das hipóteses, enfraquecer essa identidade.
Muitos professores, não guardam preocupação nenhuma com o aqui/agora dos seus alunos. Passado, presente e futuro podem ser encontrados em verbetes que substituem a construção de conceitos, a definição está pronta, acabada e assim, mais fácil de ser transmitida. Não se preocupam em saber dos alunos o que eles sabem, o que gostariam de saber, onde moram, em que acreditam, seus gostos, costumes e aquilo que conhecem bem ou mau.
Quantos questionamentos e desdobramentos dos questionamentos, nossos e dos próprios alunos, fazem parte de um dia comum de aula, eles surgem e invadem muitos campos disciplinares, se prestássemos mais atenção a eles e os aproveitássemos renderia mais do que um ano letivo de descobertas enriquecedoras e significantes, mas, na maioria se perde, pois não sabemos como priorizar e planejar eficientemente nossos próprios questionamentos, quem dirá os das crianças.
Encaminhar os alunos para que percebam as relações existentes e a partir de sua própria pergunta e do que estabeleceu como hipótese é abrir as portas do mundo de comparação, comparações com outras áreas de conhecimento já conhecidas e com outras realidades, a fim de gerar novos conhecimentos. Nem todos provêm do mesmo lugar nem possuem as mesmas experiências. As perguntas são links e possibilidades de relações e comparações. Em outras palavras, os alunos aprendem a ler uns aos outros, valorizando seus próprios saberes e reconhecendo como verdades suas próprias construções, ainda que não sejam definitivas, aprendem a ler o mundo e a tornarem-se cidadãos atuantes, agentes transformadores do futuro."
06/06/2008 01:02:40
MARA ROSANE NOBLE TAVARES
... "A criança não aprende sobre o mundo, ela age sobre ele construindo conhecimentos resultantes da sua própria experiência sobre o mundo. A aprendizagem está centrada no sujeito e não no conhecimento existente, destacando a construção significativa de conhecimentos por intermédio da participação ativa com outros sujeitos num determinado contexto social, cultural, histórico e politicamente situado (PIAGET, 1990). Por isso, a importância pedagógica de se estabelecer um espaço para as perguntas das crianças, permitindo para nós professores a oportunidade de compreender seu processo de construção e para as crianças, a oportunidade de confrontar, comparar, refletir e retomar suas hipóteses através desses rebatimentos com seus pares.
Pois, é na interação social que a criança desenvolve-se e aprende, é na relação com seus pares, dentro de um determinado contexto cultural que surgirá, o que Vygotski definiu como a "Zona de Desenvolvimento Proximal". A "zona de Desenvolvimento Proximal" surge da secção entre a "Zona de Desenvolvimento Real", ou seja, o que a criança já consegue fazer sozinha, sem ajuda, e da "Zona de Desenvolvimento Potencial", o que a criança faz precisando da ajuda de outra pessoa (um adulto ou uma criança mais velha, ou mais experiente). A diferença, portanto, do que a criança é capaz de fazer sozinha com o que é capaz de fazer auxiliada por seus pares é a "Zona de Desenvolvimento Proximal" (VYGOTSKI, 1998).
Esse portanto, é o objetivo maior, permitir que as crianças aprendam em sua interação a lerem umas as outras e nessa leitura, através de suas assimilações, desacomodações e adaptações, construam o mundo relacional e compreendam o mundo, preexistente, ao seu redor, aprendendo também como lê-lo."
07/06/2008 23:39:21
MARA ROSANE NOBLE TAVARES
É importante não esquecermos isso e adotarmos essa postura, não baseada na crença cega, mas, na razão esclarecida, só assim nossa prática pedagógica pode sofrer mudanças e nosso fazer tornar-se significativo para nós e nossos alunos.
Grande beijo no coração, Mara.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Minha querida aluna e colega Mara Rosane visitei o seu portfólio, meus parabéns! Gostei muito Os registros são pertinentes e apresentam qualidade, na certeza que continuará fazendo registros de suas produções e de aplicabilidade com seus alunos, que servirá como fonte de consulta para possíveis trabalhos no decorrer do Curso.
ResponderExcluirUm grande abraço,
Professora: Geny Schwartz da Silva
Tutora: Seminário Integrador IV
PEAD/FACED/UFRGS