domingo, 4 de novembro de 2007

SEMANA DE 29/10 A 5/11

Foi mal semana passada, acredito que o cansaço, a indisposição de saúde e um pouco do meu mau gênio.

Coisa que, aos poucos, estou aprendendo a burilar, trabalho de uma vida inteira.
Assim como, também é trabalho de uma vida inteira, aprender a ser professor. Na atividade 5 de EPPC - O “FAZER” DO PROFESSOR – O MEU FAZER – escrevi o seguinte sobre o processo ensino/aprendizagem:

"O processo de aprender nem sempre está vinculado ao de ensinar, pois o ensinar, diz mais a respeito do significado que o conhecimento tem para quem ensina, que não necessariamente, é o mesmo apreendido pelo aprendente; diferente do processo de aprender, que está vinculado com a construção e a relação, subjetiva, com o mundo, de que frui o sujeito epistemológico."

Este aspecto do processo, observado através do meu fazer e nos saberes construídos, baseados nos teóricos que já li, principalmente Freire, demonstrou-se encenado no filme Escola da Vida, que assisti ontem.

No filme, o filho de um professor de História, também professor na mesma Escola, da disciplina de Biologia, aspira por receber o prêmio de Professor do Ano, prêmio recebido pelo pai por quarenta e poucos anos. Porém, falta-lhe aquele élan, especial, que faz o professor ser amigo dos alunos, o saber explorar a curiosidade e o desejo de aprender da criança, coisa que em seu pai era algo natural, aliás, no discurso anterior a sua morte, ele descreve a aprendizagem como um pequeno milagre diário.



Com sua morte, outro professor vem substituí-lo. É jovem atraente e como o anterior, conquista os alunos não por essas qualidades, mas, por acreditar que não existem limitações para quem deseja aprender. Reencena os eventos da História, faz com que os alunos criem seu próprio conceito de História e institui a História Deles e a História Delas.

O professor de Biologia, então, sente-se frustrado, por ver o prêmio que almejava, aos poucos ir mudando de mãos, durante o ano letivo, suas aulas eram chatas e contavam com indisciplina, estava começando a se tornar impopular com os alunos, pais e colegas. As notas de seus alunos eram baixas, enquanto, as notas na disciplina do seu “rival”, eram todas A, em testes padronizados.

Aos poucos, movido pela inveja, despeito e sentimento de impotência, em suas tentativas de superar o adversário, o professor de Biologia, começa a aprender algumas lições com o professor de História, começa a resignificar o seu fazer, entende que cada vez que ensinamos algo que sabemos aos alunos, esses passam a possuir um pouquinho de nós, professores, e aí, estamos presentes.

A função do professor, não é transmitir conhecimentos, como esse professor de Biologia estava tentando, e sim permitir que o aluno entre nesse mundo de construção sinta-se capaz de dominá-lo com as ferramentas que nós professores lhes damos através do estímulo, da valorização da auto-estima, dos nossos exemplos e compromissos com o saber. Através de nossa própria curiosidade e desejo. Assim fez o professor de História, era esse algo mais que contagiava alunos, colegas e pais e, conseqüentemente, contagiou também o fazer de seu colega mais tacanho.

Meu Inventário Criativo de Teatro, ao meu ver ficou muito bom, mas, descuidei-me, não coloquei justificativa do trabalho, nem caracterização da turma, além de uma análise reflexiva, em tempo, a Tutora Daisy chamou-me a atenção e acrescentei prontamente, minhas percepções sobre sua construção, estão registradas na semana retrasada.



Quanto aos Contos de Fadas, concordo com a autora (Ana Maria Machado - Encantos Para Sempre) , sobre a adaptação que alguns autores tentam fazer, em nome do politicamente correto, ou qualquer outra coisa do gênero, suprimindo elementos que, na integralidade, dão sentido às histórias e que, no dizer do crítico inglês Coleridge, forma-se como um pacto entre leitor e autor, que ele chama de “suspensão da descrença”. “A ignorância é que explica essas interferências, na maioria das vezes. A intenção era boa. Mas com freqüência o adaptador dessas histórias, por não estar acostumado a conviver de perto com muita leitura, passa por cima do fato de que não se lê literalmente. Quem não tem intimidade com livros ignora isso.” Ler Contos de Fadas, vai além da experiência de “acolherar as letrinhas”, é uma atividade que, só quem lê e entra na história é capaz de vivenciar!

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