Esse espaço destina-se a receber comentários, críticas, evidências e argumentações referentes as minhas aprendizagens. Sejam bem vindos!
domingo, 6 de julho de 2008
SEMANA DE 30 DE JUNHO A 06 DE JULHO
ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO - DEFESA PARA A BANCA
PÓLO DE GRAVATAÍ - 08/06/2008
MARA ROSANE NOBLE TAVARES
ÂMBITOS DE OBSERVAÇÃO E REGISTRO NO
PORTFÓLIO DE APRENDIZAGENS
[Eixo IV]
Senhores:
Professor Edson Luiz Lindner, Tutoras Daiane Almada e Daniella Caletti, Colegas;
Boa Noite!
* Durante esse semestre reconstruímos interdisciplinarmente nossa noção de tempo e espaço como grupo social. A partir de nossas experiências colaborativas dentro do PEAD construímos uma Rede de conhecimentos onde a contribuição de cada um de nós representou um nó dessa tecitura. Entendemos que interagimos num grupo particular, ressignificando os conceitos já construídos de tempo e espaço a partir do que sabíamos, realizando uma nova construção que parte da percepção e da realidade individual de como estamos usando o tempo e o espaço socialmente; transformando-os culturalmente na sociedade. Aprendizado que procuramos transferir para a sala de aula e construir com nossos alunos, recolhendo seus resultados e retornando ao PEAD.
* Essas construções me confirmaram que devemos desenvolver o conhecimento pertinente à noção de espaço e tempo como um todo com nossos alunos. O espaço e o tempo são construções sociais que dependem do valor e do uso que o grupo a que o indivíduo pertence lhe atribui. A dimensão espaço-temporal é conhecimento construído na interação com esse grupo, percebida individualmente, cuja significação é cultural. Essas relações na sociedade são percebidas mais claramente se exploradas a partir do cotidiano do aluno.
Atividades que desenvolvi com meus alunos visando à construção dos conceitos de espaço e tempo:
• Desenho e organização da sala de vários tipos de espelhos de classe: individual; em duplas formando um avião (as filas da direita e da esquerda são inclinadas para formarem as asas e a do centro fica reta em relação ao quadro); em grupos de três e quatro; em dois grandes grupos; em formato de “U” e em mesa redonda; cada aluno se localizou e inseriu o nome em seu lugar, trabalhamos dessa forma as noções de direita, centro e esquerda; em frente, atrás; vizinhança, limites e fronteiras dentro da representação organizacional e gráfica da sala;
• Fizemos a planta do quarto de cada aluno, para compararmos as similaridades e diferenças entre os alunos;
• Desenhamos as salas vizinhas à nossa, posicionando-as no corredor;
• Fizemos a planta baixa de suas casas para vermos as relações das peças umas com as outras, em relação aos seus quartos e às casas dos colegas;
• Em grupos pequenos procuramos um setor da Escola para desenhar sua planta baixa; depois as juntamos para formar o prédio e nos localizarmos;
• Procuramos o espaço da Escola num mapa do “ACHEI” (ampliado), localizamos as ruas, seus nomes e a praça que há defronte;
• Fizemos novamente a planta das casas, só que dessa vez, localizando-a na rua, em relação aos vizinhos de direita e da esquerda (foi muito interessante quando a casa era de esquina, os alunos posicionavam a casa da outra rua como sendo esquerda ou direita – retomamos, as noções de na frente e atrás);
• Procuramos no “ACHEI”, Google Earth e Google Maps e imprimimos as ruas dos alunos e as pintamos (Atividade EF_12, Matemática);
• Cada aluno fez um mapa e assinalou nele as ruas e estabelecimentos que passam em seus caminhos de casa para a Escola (atividade desenvolvida na Interdisciplina de Matemática);
• Confeccionamos um bairro de faz de conta com quadras vazias e ruas com nomes diferentes: tipo rua da felicidade, rua do pão, etc...; os alunos criaram uma legenda para os tipos de moradia e negócios que precisavam ser colocados na planta: padaria, supermercado, fábrica, escola, igreja, banco, prédios de apartamentos, casas de moradia, praça...; depois, desenharam as convenções dentro das quadras que estão vazias (trabalhamos com legendas e coordenadas);
• Trabalhamos com a planta dos bairros de Porto Alegre, onde localizaram o Bairro Nonoai, seus vizinhos de cima, de baixo, da direita e da esquerda;
• Trabalhamos com as noções dos quatro pontos cardeais, bússola e orientação pelos astros, essas noções espaciais e sociais foram criadas concomitantemente com os estudos em Ciências dos movimentos dos astros e do planeta Terra no Universo; do nosso continente no Planeta; nosso país no Continente; nosso estado no País; nossa cidade no Estado; nosso bairro na Cidade; nossa rua no Bairro e nossa casa/Escola na Rua;
• Confeccionamos uma caixa de simulação dos eclipses lunares, uma esfera celeste, uma bússola e um astrolábio, saímos para rua muitas vezes e nos localizamos em relação ao sol e a algum ponto de referência, escolhido no momento (conhecimentos parcialmente desenvolvidos na Interdisciplina de Ciências);
• Começamos a localizar os pontos nos mapas que já trabalhamos: Projeção do estado dentro do Brasil; de Porto Alegre dentro do Estado e do bairro Nonoai dentro de Porto Alegre (dentro do estudo dos bairros, os classificamos em urbanos e rurais, trabalhamos suas características, eventos, produção e profissões relacionadas); o centro e a noção de periferia (subúrbio) em relação ao nosso bairro (noções de tipos de bairros: comerciais, industriais, residenciais e mistos);
• Saímos do local (rua-bairro) e fomos para um conceito mais amplo, o município, localização, vizinhos, história, produção, administração, população; mas, sempre voltando e traçando paralelos com o microcosmo do bairro ao qual o aluno pertence;
• Depois dessas noções estarem construídas, nos voltamos para o meio com seus acidentes geográficos e as mudanças que sofreram com a ação do homem no passar do tempo (Trabalhamos o pátio da Escola, a Praça em frente e o Valão - Parte do Riacho Cavalhada).
• Fizemos exposição de fotos das famílias (avós, pais, irmãos mais velhos, antes do nascimento do aluno); discutimos a moda, os costumes e como a família se formou, nesse período as histórias de vida de cada um começam a se formar - Trabalho com o Videoclipe Eu - Palavra Cantada, De Onde Eu Vim - atividade enfoque3_atividade1_maratavares.doc e tematica4_maratavares.doc (TIC'S);
• Paralelamente, vimos que no passado a cidade como a entendemos não existia ainda, embora o espaço já fosse ocupado pelos índios e que estes viviam em comunidade até a chegada dos tropeiros vindos de São Paulo;
• Trabalhamos o nascimento, o que acontecia no mundo quando os alunos nasceram. Esse ano, não pude fazer a visita ao Museu Hipólito da Costa (atividade descrita em maratavares_abordagemrgs.doc), mas, fizemos a lista dos aniversariantes e a partir dela, trouxe para aula material impresso, pesquisado na Internet em sites do tipo: O Ponteiro (http://www.ponteiro.com.br/); Sua Pesquisa (http://www.suapesquisa.com/ datascomemorativas/); Datas e Acontecimentos (http://visaoglobal.org/ category/datas-acontecimentos/), entre outros;
• A atividade da Linha do Tempo coincidiu com a confecção do livrinho de Porto Alegre (Atividade 3 - linhaminhaturma_maratavares.doc);
• Após a confecção dos livrinhos de Histórias de nascimento da Cidade e dos Alunos, começamos a trabalhar com o RAP da CIDADE, vimos os lugares especiais e estudamos suas Histórias (do Livro “Um Dia Especial”, citado no trabalho maratavares_abordagemrgs.doc);
• Confeccionamos também, livrinhos pessoais contando os lugares que conhecemos, para onde já viajamos, de onde vieram os nossos familiares, o que mais gostamos de fazer e quem são os nossos melhores amigos (contando também um pouquinho das suas histórias em relação as nossas), resultado do trabalho com o videoclipe EU.
* Só com ações integradas formaremos sujeitos historicamente situados e geograficamente conscientes. Um intercâmbio rico entre vários campos do saber; a abertura de canais para que a realidade do aluno seja expressa; tomando-o como centro, situando-o lucidamente no momento e no lugar em que vive e facilitando a comparação com os colegas contribuirá positivamente na construção da auto-imagem, no desenvolvimento da Identidade, na afirmação da cultura e nas formas de exercer a cidadania numa era de globalização.
* Existem conhecimentos que não podem ser ensinados, para que se tenha uma sólida construção precisam ser vivenciados, observados, relacionados para que sejam compreendidos e convertidos em conceitos ou grandezas sociais, econômicas, éticas e morais, todas de extrema importância à construção da cidadania e a formação do senso crítico, legitimados pelas histórias do próprio nome; familiar; do endereço inserido num contexto maior; das notações e representações do presente; das referências do passado e da projeção para o futuro, construções que os remetam a uma visão de totalidade sem, contudo, estar pronta ou acabada, fechada.
* Por isso a importância de estimular o aluno a observar, perceber, representar e compreender o espaço em que vive; registrar, comparar e relacionar o uso que faz do tempo num contexto inserido na realidade através de atividades interdisciplinares que proporcionam a compreensão do próprio corpo; como ocupa o espaço, imediato e distante; utiliza o tempo e se relaciona com a memória pessoal, patrimonial e do grupo, partindo para uma compreensão maior dessas relações inscritas na sociedade e na noção de soberania.
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